Como pano de fundo das denúncias de delegados que acusam o atual titular da pasta, está o risco de se ter um chefe da Segurança Pública com más intenções contra adversários 544g5a

Editorial 3vd3x
Há um pano de fundo na celeuma causada pelas denúncias dos delegados Thiago Bardal e Ney Anderson Gaspar, segundo as quais o atual secretário de Segurança Jefferson Portela mandara espionar adversários políticos e autoridades do Executivo e do Judiciário. 6x1h2j
Este pano de fundo são os interesses a que é submetido o sistema de monitoramento telefônico conhecido por “Guardião”. (Entenda aqui)
Adquirido no Maranhão ainda no segundo mandato do governo Roseana Sarney (1998/2002), o Guardião é capaz de monitorar dezenas de aparelhos telefônicos ao mesmo tempo, e captar conversas simultâneas.
O próprio Aluísio Mendes, hoje deputado federal e responsável por expor as denúncias contra Jefferson Portela, já foi acusado de manipular o Guardião em benefício político.

Na audiência de ontem com os delegados Ney Anderson e Thiago Bardal – que acusam Portela de usar o Guardião para espionar desembargadores, deputados federais e senadores – Aluisio usou o termo “barriga de aluguel”, pouco conhecido fora do círculos de espionagem.
Trata-se de uma metáfora para falar da manipulação da Justiça pelos meios policiais.
A “Barriga de aluguel” ocorre quando um agente de investigação apresenta a um juiz números de celulares de suspeitos de determinado crime que precisam ser “grampeados” – mas, no meio deles, inclui outro número, de alguém que nada tenha a ver com a tal investigação, mas que desperta o interesse do investigador.
Como Aluisio Mendes – que já foi secretário de Segurança e, portanto controlava o Guardião – Jefferson Portela também conhece o termo “barriga de aluguel, segundo os delegados Gaspar e Bardal.
É o risco que se corre num Maranhão em que a espionagem serve, principalmente, para subsidiar adversários políticos.
E para as autoridades, que usam as informações em proveito próprio…